Conivente à paixão, um coração resolveu responder algumas olhadelas que
surgiam e ressurgiam em uma noite agitada e recheada de música alta. Alguns
minutos passaram-se e foram o suficiente para que ambos, os corações, se
olhassem mais perto, trocassem palavras estimuladoras de amor e se beijassem
respeitosamente.
Aquele dia se foi, mas os corações trocaram informações essenciais para o
prolongar daquela deliciosa comunicação, daquela incrível proximidade que havia
surgido em tão singelo e curto espaço de tempo.
Em mais uma noite recheada de música alta, um dos corações explanou seu
lado mais acolhedor e carinhoso cuidando do outro que, tomado por certa
indisposição corporal, não estava tão bem como outrora estivera. Ali começara a
se firmar um laço delicado e singular.
A comunicação ganhava força. No ímpeto de estarem cada vez mais próximos
esses corações não mediam esforços para permanecerem conectados um ao outro,
ainda que distantes fisicamente. Cruzavam-se sempre, onde estivessem. Juntos ou
não...
Certo dia, o coração acolhedor resolveu apresentar uma incrível surpresa.
O outro, ansioso, correspondeu a novidade entregando-se sem medo a tudo o que
estava por vir. Céus gélidos e azuis os cobriam naquele sábado amoroso. Ventos
velozes os envolviam à medida que subiam sem parar e vislumbravam desde então,
um quadro vivo e enorme denominado PAISAGEM.
Os corações assentaram-se no Topo do Mundo e viram lá de cima, a imagem
do que estavam sendo. Uma paixão vívida e verdadeira. Desceram, deixaram o Topo
do Mundo e prometeram cada um por si, eternizar o que ali viveram.
E como todo e qualquer relacionamento tomado por paixão, dedicação e
compatibilidade, os corações chegaram a passar por uma curta corda bamba, não
diria um obstáculo ou um conflito considerável, mas um pequeno receio de se
perderem, quando na verdade, estavam ali firmando mais uma vez o desejo de
estarem juntos, unidos, fortemente ligados.
Em mais uma noite recheada de música alta, os corações se completavam. Doavam-se.
Companhias inigualáveis. Corações dispostos a escreverem juntos páginas novas
de duas vidas que se entrelaçam. Um coração acolhedor, um outro doador, dois
corações desejosos por aquilo que, se alimentado, pode se converter em um
grandioso e saboroso AMOR.
Dois corações... Um só sentimento.
Por Lucas Teles, às 21h42min
do dia 02 de junho de 2013