Via Semente - Checklist

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À Equipe Estácio de Sá, minha sutil resenha com toques de agradecimento.

Lilian Nunes, Murilo Júnio Rezende Pereira, Thiago Alvim, Marcela Bueno, Alessandro Ostelino e Rogéria Abalen Martins Dias foram os integrantes da Mesa Redonda sobre Eventos Culturais, Captação de Recursos e Leis de incentivo, que aconteceu no Centro Universitário Estácio de Sá, campus Prado, no dia 11 de maio de 2016.

Murilo Pereira da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) iniciou o debate mostrando os aspectos jurídicos do incentivo à cultura. Sua rica experiência foi capaz de explanar o esqueleto dos eventos culturais perpassando por aspectos como: projeto, a Comissão Municipal de Incentivo à Cultura, disponibilização de fundos, editais do processo de seleção, os articuladores que trabalham para a redução de gastos, o texto legislativo e suas lacunas. Em uma das pausas de sua fala, a palestrante Rogéria Dias contribuiu questionando a permanência exagerada de determinados projetos no incentivo à cultura. Murilo respondeu informando, também, sobre a falta de consistência de determinados projetos submetidos.

Posteriormente o público teve a oportunidade de conhecer Thiago Alvin, da agência Nexo. Seu trabalho de patrocinar eventos foi apresentado e ele ressaltou que as grandes empresas não costumam e não desejam patrocinar projetos culturais inconsistentes. Parte dos projetos é de autoria de pessoas físicas sem a devida formação, diz Thiago. Os eventos podem ser apoiados pelo governo, assim como pela participação da sociedade civil e das instituições privadas. Neste instante foi possível refletir sobre questões importantes do Brasil como diminuição de recursos para se fazer cultura, falta de sensibilização de políticos que estão munidos com verbas e que as destinam para outras situações e até falta de participação ativa da sociedade em cobrar desses políticos.  As falas de Murilo e Thiago foram capazes de fazer um raio-x sobre como esses eventos culturais acontecem desde o processo inicial, às problemáticas existentes que envolvem assuntos diversos como a política, a cultura da população em buscar por esses eventos, a formação das inúmeras pessoas físicas que elaboram seus projetos para o incentivo à cultura. Essas falas promoveram um diálogo de maneira surpreendente e coerente com a temática da Mesa Redonda.

Liliane Nunes e Marcela Bueno levaram o debate a uma parte mais subjetiva, oferecendo ao público a possibilidade de assimilar com um teor maior de qualidade as falas iniciais que foram mais objetivas. A apresentação inversa das palestrantes reposicionou cada ouvinte no auditório, de modo que cada um foi recebendo uma injeção de estímulo curiosa sobre como fazer cultura, desfrutar cultura e fomentar a cultura.

Impossível não mencionar algumas frases ditas pelas palestrantes em determinados momentos. Como “Colaboração. Hoje o que vale na vida da gente é a experiência. É o que a gente sente” (Lílian Nunes). “O estranho é o normal” (Marcela Bueno). “Ali você leva o que você é e não o que você tem” (Marcela Bueno). “Se não tiver paixão, não vai sair do lugar” (Lílian Nunes). Ao término da Mesa Redonda o importante incentivo de pessoas com deficiência como participantes e como organizadoras de tais eventos supracitados foi mencionado. Com a contribuição dos professores da faculdade que estavam mediando os diálogos, esse tópico foi discutido instigando todo o público a uma tremenda reflexão em torno da acessibilidade e os passos que ainda são necessários para se chegar a um nível ideal de disponibilidade, de inclusão, de envolvimento. “O modelo ta errado” (Murilo Pereira).

A organização da Mesa Redonda pelos graduandos de Eventos do Centro Universitário Estácio de Sá surpreendeu-me. Fez-me sentir incluído considerando que não sou da “área”. Como estudante de Fonoaudiologia (UFMG), ex-aluno da Letras (UFMG) e Técnico em Meio Ambiente (IEB CECON) consegui internalizar com vigor uma das frases ditas por Murilo Pereira, “A gente nunca para de aprender”. E acredito que essa busca diversa nos faz quebrar muitos paradigmas. No fundo não se tem uma área específica de atuação, obrigatoriamente, é claro. Pra quem quer percorrer o mundo e fazer crescer o seu acervo de experiência, participar de momentos diferentes como aulas de neuroanatomia e fisiologia aplicada, o “aprender” nos provoca a quebrar barreiras que podem se mostrar intransponíveis.

Senti-me honrado em poder participar e receber bagagens tão espetaculares de conhecimento, advindo de pessoas gabaritadas e convidadas por alunos que não só estão vislumbrando um mundo diferente, como estão desde já, tornando este mundo muito melhor. Estão multiplicando saberes para além dos muros da faculdade onde estudam. E isso é revigorante!
Lucas Teles, às 00h44min do dia 12 de maio de 2016.

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3 comentários

  1. Lucas, gostaríamos de agradecer por sua presença e ficamos muito felizes que nosso trabalho tenha surtido esse resultado. Tivemos a grata presença de grandes profissionais que nos apoiaram imensamente nessa empreitada, fomos muito bem orientados por nossos professores e carregamos conosco o desejo de fazer sempre o melhor. Esse conjunto culminou no Checklist e fez dele, sem dúvida, o melhor evento realizado, por alunos, no Centro Universitário Estácio-BH.
    Mais uma vez, muito obrigada!
    Equipe Checklist

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  2. Lucas, que texto incrível! Podemos compartilhar no Medium da Formiga? Bjo grande!
    https://medium.com/@formiga

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  3. Claro! Será um prazer poder compartilhar o meu relato com vocês!

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