Via Semente - Heart

18:09




Penso que estou indo contra a famosa frase de Fernando Pessoa. Tenho tido todas as tristezas do mundo e acredito que as primaveras resolveram me abandonar. Não há flores, mas tristeza sim. E muita tristeza.

Algumas pessoas me parecem rejeitar toda bondade possível. São nulas de qualquer sensibilidade e, infelizmente, acabo sentindo o peso disso. Mesmo não sendo responsável por maldades alheias, tento decifrar os motivos que levam tantos a agirem com pura incoerência.

São muitos os príncipes que não zelam por suas rosas.

Os sentimentos aprisionados no meu coração oscilam tão rapidamente que o meu corpo fica exausto. Minha mente se confunde e minhas ações se perdem na medida em que tento acertar um ponto.

Infelizes situações intensificam minha insatisfação. E o que posso pronunciar é um desalinhamento entre condição espiritual, corporal, sentimental, psicológica e cognitiva. Eu sofro por mim, por aquilo que me envolve e, também, por aquilo que sugere a interferência no pensamento de outros. Sim, eu sofro pelo mundo.

Ao mesmo tempo não está em meu domínio distinguir os bons entre os ruins. Talvez pelas tristezas do mundo. Talvez o peso que estou há tempos suportando. Qual seria o valor daquilo que tenho hoje? Qual seria o significado daqueles que me cercam? Qual seria a modificação na minha vida de lugares em que perpasso?

Incrível é se sentir invisível. Uma espécie de droga em que tudo parasse no tempo. Até mesmo o coração. Portanto não vejo, mal ouço, não falo e sequer sinto!

É excessivamente subjetiva essa minha realidade atual, mas simplesmente, a pura verdade. Peço aos pássaros que se dissipam no ar que me tragam as primaveras de volta.  Embora agitados, sempre ouço um fragmento de resposta positiva. A qual pode reestruturar estes cenários conturbados.

Viver tem uma definição clara nos diversos dicionários. Contudo, o que se passa dentro de nós, não. Para além de serem muito próprias, as coisas que vão e vem aqui dentro estão muito relacionadas com a alma, com o espírito. Ser humano é tarefa complexa e até estúpida. Porque somos por natureza, insensíveis, rudes. Mas o que ser após o “humano” pode agregar toda a sensibilidade que nos falta. E os pesos do mundo se esvaem...

Lucas Teles, às 21h56min do dia 18 de setembro de 2012

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