Via Semente - Incongruências do mundo
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Ser
uma pessoa que sabe ouvir como ninguém deixando o outro totalmente confortável
em suas confissões malucas. Ser um alguém que se coloca sempre atrás de todos aqueles
que amam deixando por vezes suas oportunidades diluírem. Ser a peça do jogo que
desfaz sua agenda de vida e se propõe a amar. Ser o menino que quer abraçar a
família que não o abraçou. Ser o profissional que abriga em si incongruências
do mundo ainda que lágrimas queiram descer dos seus olhos. Ser o respeitável
garoto que será criticado ou escutará críticas das quais não compactua sem
poder na maioria das vezes, refutar.
Todos
querem e gostam de ter uma pessoa assim! Um alguém que não tenha suas próprias
histórias e que diminua cada vez mais seus próprios posicionamentos. Um ser que
menospreze sua autenticidade em prol daqueles que o cercam.
Acontece
que cada um guarda seus demônios na primeira gaveta. Cada qual com aquilo que o
traumatizou e com todas as decepções que o fizeram sofrer. Por várias situações
isso difere as rotinas. Tornando-as únicas no “palco da vida”. Tudo passa fugir
à regra e você tem que redescobrir novos hábitos e novas formas de se
relacionar.
No
meio dessa confusão muitos elementos se perdem. Você passa a deixar de fazer
investimentos sendo perspicaz o suficiente de compreender que em muitos
momentos certas coisas não farão falta alguma e que em outros a ausência irá
causar um incômodo leve no lado esquerdo do peito.
Nós
não somos obrigados a aceitar as vidas que por perto estão. Independente se
isso estiver relacionado aos laços consangüíneos ou não. Mas nós precisamos
respeitar, pois são formas singulares de manter preservados os últimos
vestígios de sentimentos bons.
Os
ponteiros passam e não se cansam. Ao contrário das nossas células que em algum
momento não conseguirão mais se multiplicar. Então se temos apenas o “bom dia”
ou o “você está bem” sem que isso se prolongue em pasteis na lanchonete ao
lado, não significa que inexistem ali, os sentimentos. As nossas prioridades
mudam quando fazemos a leitura das prioridades dos outros. Do próximo. E assim,
a vida segue. Não da maneira como gostaríamos, mas da maneira como nos
obrigaram a entender.
§ 14h43min, 17 de agosto de 2015.
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